04 novembro 2008

Já cheira a Natal II

Sempre ouvi dizer que o Natal é quando o Homem quer, mas isto está a tornar-se um exagero. Agora, até em Outubro vejo as decorações de Natal nas ruas e centros comerciais. Não tarda vêm as músicas. Como ser do contra que sou, sou capaz de assobiar os clássicos de Natal durante todo o ano, mas quando chega a época e começo a ouvi-las por todo o lado, causam-me uma certa irritação cutânea.

Como já não tenho idade para acreditar no Pai Natal nem no Menino Jesus, prefiro ir directamente à fonte e perguntar o que querem que lhe ofereça. Se estiver dentro do meu orçamento, não penso mais no assunto e até sou capaz de mandar o próprio comprar a prenda para si mesmo e, posteriormente, pagar-lhe. Já agora, se querem oferecer-me alguma coisa, perguntem-me. Nunca gostei muito de surpresas mesmo...

Mas o que é o Natal afinal? Para mim é quase a única vez no ano que em que como bacalhau. Também é a altura em que tenho que levar com todos os filmes do Sozinho em Casa e do Shrek que, apesar de tudo, ainda não consegui ver. Preferia outro tipo de filmes familiares, como o Exterminador Implacável, o Dia da Independência ou até o Armageddon. Pessoalmente, acho que as televisões fazem a abordagem errada. É que não há nada melhor para apelar à fraternidade e à caridade que ver o nosso mundo a ser destruído.

20 outubro 2008

Bzzzzzzzz

Oh, diabo! Afinal, quem disse que este baú estava cheio de coisas fez publicidade enganosa. Está tão vazio que até se ouve o zumbido dos insectos... Há manetas mais prolíficos a escrever... Até observar a relva a crescer ou a tinta a secar é mais interessante.
Alguém que me salve!
Aceitam-se sugestões.

28 agosto 2008

Sobre a autoconservação

"Os fisiólogos deveriam hesitar em considerar o instinto de autoconservação como instinto fundamental de todo o ser orgânico. Antes de mais, qualquer ser vivo quer expandir a sua força - a própria vida é vontade de poder -: a autoconservação não é senão uma das consequências indirectas e mais frequentes disto."

Nietzsche, Para Além de Bem e Mal, 8ª edição, Lisboa, Guimarães Editores, 2004, p. 27.

10 julho 2008

Sucesso

Como se mede o sucesso de um homem? Serão bem sucedidos aqueles que conseguirem conquistar o objecto da sua afeição? Ou apenas será bem sucedido aquele que o conquistar todos os dias? Ou para ser bem sucedido é preciso ter capitais e materiais, uma vida repleta de conforto e esbanjamento, mas desprovida de tudo o resto? Será bem sucedido aquele que obtém o reconhecimento dos seus pares pelo seu trabalho, ou será suficiente simplesmente fazer a sua parte?

Qual é a medida do sucesso? Terá o sucesso sequer uma medida? Serão menos bem sucedidos aqueles que perseguem objectivos mais prosaicos? Ou estes têm que nos encaminhar de forma a que deixemos uma marca vincada no mundo? E se for, que marca é essa? Temos que marcar a história da humanidade ou a história duma família? Nem sempre precisamos de pensar em larga escala...

Quando poderemos considerar-nos bem sucedidos? Teremos cumprido o nosso objectivo quando escrevermos um livro, plantarmos uma árvore e tivermos um filho, como dizia o poeta Augusto Gil? Será assim tão simples, se é que isto é simples? Estará errado querer mais, querer tudo?

21 maio 2008

Perfume

Que perfume é este que sinto? É um aroma familiar, mas não é meu...é teu!
Trouxe-te comigo, entranhado na minha pele.
Fecho os olhos. Inspiro. Estás aqui.

13 maio 2008

Quase...

Ontem à noite, quando me deitei, pensei em ti. Imaginei que estavas deitado na nossa cama de casal, para onde eu me dirigia, vestindo uma camisa de noite de seda. Deitei-me bem perto de ti, para que me pudesses abraçar. Imaginei-nos...
Quase que senti o calor do teu corpo.
Quase que senti a tua respiração no meu pescoço.
Quase que senti o toque das tuas mãos no meu corpo.
Quase que senti os teus dedos a deslizar entre os meus cabelos.
Quase que senti a humidade dos teus beijos.
Quase...
Senti-me aconchegada por ti.
Dormi tranquila e profundamente.

15 abril 2008

[Rec]

Desengane-se quem pensa que só o cinema americano tem interesse. Os nuestros hermanos, de vez em quando, também fazem bom cinema. É exemplo disso o filme que vi este fim de semana: [Rec].

A história deste filme começa com uma equipa de reportagem, que acompanha uma patrulha de bombeiros durante o que aparentava ser uma noite como qualquer outra: rotineira, desinteressante, calma. Dão por si a desejar que algo aconteça para que os bombeiros sejam chamados e a reportagem se torne mais interessante. Não podiam imaginar que o seu desejo iria realizar-se e de que maneira!

Uma velha aos gritos fechada no seu apartamento é o que os leva a um prédio onde os eventos mais estranhos se irão passar. Sem perceber o que se passa, o prédio e todos os que estão dentro dele são isolados do resto do mundo e abandonados à sua sorte. Para a equipa de reportagem, o mais importante é nunca parar de gravar. Um a um, acabam por morrer.

Se ainda não estão convencidos, podem ler a página do filme no SAPO para mais informação. De sublinhar que este filme ganhou o Grande Prémio Melhor Filme do Fantasporto 2008. Não podia ter melhor referência. Quando fui ver este filme, dei um tiro no escuro e não saí desiludida. Já há muito que não via um filme que me fizesse saltar na cadeira...

01 abril 2008

A diferença entre o tratamento por tu e por você...

O Director Geral de um banco estava preocupado com um jovem e brilhante Director que, depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então, o Director Geral do banco chamou um detective e disse-lhe:
- Siga o Director Lopes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Director Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Director Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- 'Sim, claro' - respondeu o Director surpreendido!
- Então vou repetir: o Director Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

A língua portuguesa é mesmo fascinante! :D

31 março 2008

Caso Carolina Michaëlis

Se excluirmos o futebol, este deve ser o tema mais comentado do momento e, embora eu goste de marcar pela diferença, desta vez vou juntar-me às massas e dizer uma ou duas coisas que penso sobre este assunto, só para descarregar.

É nestas alturas que me sinto mesmo velha! No meu tempo não era assim! Também é verdade que, no meu tempo, não havia telemóveis ou, se havia, não eram o brinquedo mais comum das criancinhas. Eu ainda sou do tempo em que o professor era um símbolo de autoridade equiparado aos pais, uma pessoa sábia, muitas vezes admirada pelos seus alunos, tida como referência. Quantas vezes as crianças não chegavam a casa e comentavam com os pais: "a professora disse isto" ou "a professora disse aquilo"?

Episódios como este, que aconteceu na escola Carolina Michaëlis, só nos vêm mostrar a evolução da educação no nosso país e do quanto está a empobrecer a nossa sociedade. Os professores perderam o seu estatuto, deixaram de ser a autoridade na sala de aula para se tornarem num joguete nas mãos de alunos insurrectos. E são estes os adultos que se estão a formar, pessoas sem noção de autoridade e respeito.

Não sei até que ponto as medidas punitivas aplicadas a esta aluna e ao aluno que fez o vídeo são suficientes para que "aprendam a lição". A suspensão temporária só lhes dá uns dias de férias que aproveitarão alegremente; a transferência para outra escola não muda o seu comportamento, embora os afaste das potenciais más influências, mas talvez seja tarde para que uma medida destas surta efeitos.

Li algures, não me recordo onde, uma frase proferida pela mãe da aluna agressora: "Não foi esta a educação que dei à minha filha". Isso é o que todos dizem, mas em algum lado ela aprendeu que não faz mal agredir um professor e, se não foi em casa, no seio familiar, foi com más companhias, cuja responsabilidade cabe aos pais controlar com quem os filhos se relacionam. De uma forma ou outra, os pais têm a sua quota de culpa. Também têm culpa de não lhe ter dado umas boas palmadas no rabo quando ela era mais nova!

É como digo: no meu tempo não era assim, mas havia uma diferença. Sabem qual é? No meu tempo havia a palmatória... Só me resta uma dúvida quanto a este caso: que mensagens tão importantes estaria ela a trocar para se insurgir daquela forma contra a professora? Devia ser caso de vida ou morte...!

28 março 2008

Piercings e Tatuagens

Possivelmente já ouviram falar na proposta de regulação do uso de tatuagens e piercings. Se não ouviram, podem ler a notícia aqui. Expliquem-me: porque é que o governo se incomoda com estas ninharias? Alguém me sabe dizer?

A razão para esta proposta é, supostamente, para preservar a saúde dos adeptos de tatuagens e piercings, pois quando essas coisas correm mal, é ao Sistema Nacional de Saúde que recorrem. Não é isso que me incomoda na lei, nem o facto de ser absolutamente proibido a menores de 18 anos fazer piercings e tatuagens, pois os menores de idade estão ainda a cargo dos pais, logo devem ter autorização deles para fazer o que quer que seja, como já acontece com a carta de condução, por exemplo. Incomodam-me duas coisas:
  1. Porque raio os nossos políticos se preocupam com uma questão destas, que me parece um mal menor face aos vários problemas do nosso país? Não posso crer que as complicações de saúde resultantes das más condições de higiene nas lojas de tatuagens e piercings sejam as responsáveis por algum buraco financeiro no SNS... Parece-me que estão a desperdiçar tempo e recursos para nada.

  2. Como será feita a fiscalização e por quem? É relativamente fácil verificar que determinado estabelecimento obedece às condições de higiene impostas: essa é a especialidade da ASAE; mas como irão combater os piercings clandestinos? Uma imagem assustadora surge na minha mente: imagino uma rusga da ASAE que, aleatoriamente, faz uma espécie de operação STOP ao cidadão incauto que vai a passar pela rua e lhe pede: "mostre-me a sua língua!". Esta imagem é mais assustadora quando me lembro que também há quem coloque piercings nos orgãos genitais e esta lei também é para eles.
Pensei que o nosso corpo ainda fosse nosso e que tivéssemos liberdade de fazer o que quiséssemos com ele, inclusivamente estragá-lo, se fosse a nossa vontade. Já o fazemos todos os dias com as nossas péssimas escolhas alimentares e vários vícios e ninguém se lembrou de escrever uma lei para obrigar a que se comam mais legumes e menos gordura! Cheira-me que um jovenzinho decidiu fazer um piercing na língua sem o consentimento do papá e, então, este decidiu propor uma lei para evitar que isso se repita...

06 fevereiro 2008

O sentido da vida

Por outras paragens da net, perguntavam-me qual o sentido da vida. Após alguma reflexão, cheguei a esta conclusão:

A vida, por si só, não tem sentido além daquele que lhe dermos. A vida, por si só, é apenas um feliz acaso na evolução do Universo. Nascemos, evoluímos, reproduzimo-nos e morremos, tal como qualquer outro animal. Que sentido tem esta vida? O mesmo sentido que tem a vida duma amiba.

Há quem acredite na reencarnação da alma e vê as várias vidas pelas quais passamos como uma escola, uma oportunidade de aperfeiçoamento. Eu não acredito em nada disso. No entanto, a nossa humanidade confere-nos uma vantagem. A nossa capacidade racional permite-nos fazer mais do que sobreviver. Uma vez que nos foram dados alguns anos para viver, tentamos fazer o melhor que pudermos com o nosso tempo. Fixamos objectivos, metas que pretendemos atingir e é esse o sentido da nossa vida.

Assim, cada pessoa tem o seu sentido, embora os sentidos de algumas se cruzem ou sejam percorridos em paralelo.

04 fevereiro 2008

Miss Marple

Miss Marple é uma criação de Agatha Christie com um incomum talento para desvendar crimes. Esta velhinha simpática, que sempre viveu numa pacata aldeia inglesa, é possuidora dum profundo conhecimento da natureza humana e é esse o seu segredo para a resolução dos casos mais insólitos.

O livro que li, e onde fiquei a conhecer a Miss Marple, intitula-se Os Treze Enigmas. Como o nome indica, vão sendo propostos, a título de brincadeira, treze casos policiais para resolver e é a Miss Marple, inicialmente posta de parte pelos seus convivas, quem vai desvendá-los um a um. A forma como o faz, recorrendo a analogias a situações ocorridas no seio da aldeia, assim como a conhecimentos domésticos que só uma senhora domina, é absolutamente deliciosa e deixa-nos a pensar quão pacata será, afinal, a vida numa aldeia.

A não ser que sejam tão criativos a resolver crimes como Agatha Christie foi a inventá-los, esperam-vos belas surpresas no desfecho de cada caso.

26 janeiro 2008

Perdido em combate

Como elemento do sexo feminino que sou, tive a ideia de embelezar o meu blog com alguma imagem alusiva ao mesmo. Foi então que abri a página do Google e pesquisei pela palavra "baú". Fiquei pasmada com a quantidade de baús que existem no mundo virtual, em particular na blogosfera. Existem baús para todos os gostos. Afinal a minha ideia não teve nada de original.
Decidi, então, ver em que posição era listado o meu blog. Já ia na página vinte e picos e nem sinal dele. A minha persistência levou-me até à página de resultados número cinquenta e muitos e ainda nada. Acabei por desistir. Parece que está perdido em combate.

Palavras cruzadas

Estava a dedicar-me a um dos meus passatempos, as palavras cruzadas, quando encontro esta pista no 2-vertical: sentimento de afeição ditado pelas leis da natureza. Olho para a quadrícula e descubro uma palavra de quatro letras, cujas segunda e terceira letras eram M e O, respectivamente. Conclui que se referiam ao amor.

Uma coisa tão banal despertou a minha atenção, pois pôs-me a pensar: tanta gente, alguns grandes pensadores, tentaram definir o amor sem sucesso, desculpando-se com um "o amor não se explica, sente-se" e será que é uma simples revista de palavras cruzadas a resolver a questão?

Na minha opinião, creio que ainda não é desta que se levanta a dúvida existencial. Há algo naquela definição que não me convence, não parece bater certo. Não sei se é o sentimento que dizem ser ditado, se é o sentimento e as leis da natureza que não combinam.

Se há uma coisa que um sentimento nunca pode ser é imposto. Isso é um facto da natureza, logo é mais forte que a própria lei.
A natureza não precisa de se socorrer de sentimentos para exercer o seu poder: para isso existem os instintos básicos, como o da reprodução/perpetuação da espécie e, embora possa, muitas vezes, ser confundido com um sentimento, na verdade não o é.

Assim, desta definição de amor, concluo que apenas a afeição tem de estar sempre presente: sem leis, sem imposições e sem falsos sentimentos.

11 janeiro 2008

Acabaram-se as pausas no trabalho!

Primeiro, proíbem que se fume nos locais de trabalho (não que eu tenha algo contra isso, muito pelo contrário) e agora inventam isto!? Que desculpas poderão dar agora os trabalhadores para fazer uma pausazinha no trabalho, se também já não precisam de sair das suas secretárias para fazer as suas necessidades?

Só espero que a "cadeira" venha com uma embalagem de Brise Toque e Fresh...

03 janeiro 2008

O teste da banheira

Durante a visita a um hospital psiquiátrico, um dos visitantes perguntou ao director:
- Qual é o critério pelo qual vocês decidem quem precisa ser hospitalizado aqui?
Respondeu o director:
- Nós enchemos uma banheira com água e oferecemos ao doente uma colher, um copo e um balde e pedimos que a esvazie. De acordo com a forma que ele decida realizar a missão, nós decidimos se o hospitalizamos ou não.
- Entendi - disse o visitante. - Uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher.
- Não - respondeu o director -, uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo. O que o senhor prefere? Quarto particular ou enfermaria ?

É preciso estar atento aos pormenores... ;)