tag:blogger.com,1999:blog-69104178759187255972024-03-19T10:37:03.777+00:00Um baú cheio de coisas...... mas sem traças nem cheiro a naftalina.Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.comBlogger67125tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-55274214476564491352018-03-30T00:46:00.000+01:002018-03-30T00:46:44.100+01:00Piadinha #3<b>P:</b> Porque é que um cego não pode responder a estudos de mercado?<br />
<b>R:</b> Porque não tem ponto de vista.Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-8018543586194692562016-12-24T18:49:00.000+00:002016-12-24T18:49:56.724+00:00Noite de Natal<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
<i>- Vou morrer esta noite - pensou o Cavaleiro -. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Então lembrou-se da grande noite azul de Jerusalém toda bordada de constelações. E lembrou-se de Baltasar, Gaspar e Melchior, que tinham lido no céu o seu caminho. O céu aqui era escuro, velado, pesado de silêncio. Nele não se ouvia nenhuma voz nem se via nenhum sinal. Mas foi em frente desse céu fechado e mudo que o Cavaleiro rezou.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Rezou a oração dos Anjos, o grande grito de alegria, de confiança e de aliança que numa noite antiquíssima tinha atravessado o céu transparente da Judeia. As palavras ergueram-se uma por uma no puro silêncio da neve:</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> - Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Então na massa escura dos arvoredos começou ao longe a crescer uma pequena claridade.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> - Deus seja bendito - murmurou o Cavaleiro -. Deve ser uma fogueira. Deve ser algum lenhador perdido como eu que acendeu uma fogueira. A minha reza foi ouvida. Junto dum lume e ao lado de outro homem poderei esperar pelo nascer do dia.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> O cavalo relinchou. Também ele tinha visto a luz. E reunindo as suas forças, o homem e o animal recomeçaram a avançar.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> A luz continuava a crescer e à medida que crescia, subindo do chão para o céu, ia tomando a forma dum cone.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Era um grande triângulo radioso cujo cimo subia mais alto do que todas as árvores.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Agora toda a floresta se iluminava. Os gelos brilhavam, a neve mostrava a sua brancura, o ar estava cheio de reflexos multicolores, grandes raios de luz passavam entre os troncos e as ramagens.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> - Que maravilhosa fogueira - pensou o Cavaleiro -. Nunca vi fogueira tão bela.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Mas quando chegou em frente da claridade viu que não era uma fogueira. Pois era ali a clareira de bétulas onde ficava a sua casa. E ao lado da casa, o grande abeto escuro, a maior árvore da floresta, estava coberta de luzes. Porque os anjos do Natal a tinham enfeitado com dezenas de pequeninas estrelas para guiar o Cavaleiro.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Esta história, levada de boca em boca, correu os países do Norte. E é por isso que na noite de Natal se iluminam os pinheiros.</i></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
excerto de O Cavaleiro da Dinamarca, de Sophia de Mello Breyner Andresen </div>
</blockquote>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com2Gondomar, Portugal41.139559899999988 -8.5291422999999941.091723399999985 -8.60982329999999 41.18739639999999 -8.44846129999999tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-1755391753175490772016-11-28T19:34:00.001+00:002016-11-28T20:16:53.459+00:00Piadinha #2<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">(Desde já, as minhas desculpas às loiras. O que se segue é apenas para fins humorísticos e não representa uma opinião.)</span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um bêbado para a mulher, que é loira:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Casar contigo até trouxe vantagens.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Ai sim?! Quais?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Pelo menos posso estacionar no lugar dos deficientes.</div>
<br />
<br />Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-75106204154936604922016-07-14T14:32:00.001+01:002016-07-14T14:32:37.077+01:00Génesis<div style="text-align: justify;">
Sim, é aquilo que pensam: vou escrever sobre a Bíblia. Bem, sobre o primeiro livro, pelo menos. Antes de começar, devo salientar que não sou uma pessoa de fé nem tenho religião, embora tenha sido introduzida ao Cristianismo. Ainda que rejeite a religião, admito que, inevitavelmente, fui e sou de alguma forma influenciada pelos seus princípios, pois é a religião dominante na sociedade portuguesa. Apesar de não ser crente, aceito quem escolhe sê-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comecei a ler a Bíblia por curiosidade. Já o tinha feito no passado, pela mesma razão, mas rapidamente desisti, porque tentei construir uma árvore genealógica mental da família de Adão e Eva e dei um nó no cérebro. É ainda pior que a família Buendía de <i>Cem Anos de Solidão</i>, de Gabriel García Marquez! Desta vez consegui chegar ao fim do Génesis, porque resolvi ignorar tudo isso. Cedo fiquei chocada com o que lia, pois difere enormemente daquilo que é apregoado pela Igreja Católica hoje em dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para começar, a poligamia e/ou o adultério parecem ser frequentes. Especificamente, um homem pode ter diversas mulheres, quer sejam esposas ou não; o oposto não me parece que fosse aceitável. Depois, a escravidão também é comum e aceitável, o que significa que afinal nem todos os Homens são iguais aos olhos de Deus. Em diversos momentos há referência a servas, mas que são mais que simples empregadas dado que as suas senhoras lhes ordenam que se deitem com os seus maridos e tenham filhos deles e elas obedecem; daí que lhe chame escravidão. Os homens têm, então, filhos das suas esposas e ainda filhos das servas das suas esposas, por isso é que é tão difícil manter-me a par desta genealogia. Há também um elevado grau de consanguinidade: os casamentos são frequentemente feitos entre membros da mesma família. Não deviam saber ainda o que são doenças genéticas ou doenças sexualmente transmissíveis...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que realmente me deu a volta ao estômago foi a história de Loth, que perde a sua mulher ao escapar da destruição de Sodoma e Gomorra e depois as suas filhas, vendo que o pai já era velho e que não havia homem por perto para elas, resolveram embebedá-lo e deitarem-se com ele para engravidarem do próprio pai e propagarem a sua semente (Gen 19,31-36). Lendo isto, tentei imaginar que atrocidades se passariam em Sodoma e Gomorra para que necessitassem de ser destruídos, dado que entre as supostas pessoas de bem, as que foram poupadas à ira de Deus, já se praticavam actos realmente revoltantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outra coisa que me perturbou na leitura do Génesis é a linguagem usada para se referir a actos sexuais. Não sei se o problema está no texto original ou se depende da tradução da Bíblia; aquela que tenho à mão é de 1968, o que poderá explicar em parte essa linguagem. Causa-me estranheza que se diga que um homem entrou numa mulher, para descrever a penetração durante o acto sexual - isto é demasiado explícito, é pornografia bíblica. E mais ainda que se diga que um homem conheceu uma mulher para indicar que houve uma relação sexual. Até parece que duas pessoas só se conhecem depois de fazerem sexo! Se levassem essa premissa a sério nos dias de hoje, vivíamos num mundo ainda mais promíscuo; basta olhar para o número de amigos que cada pessoa tem, em média, no Facebook. Mas porquê o sexo é mencionado na Bíblia sequer?! Pensei que o sexo era pecado, designado até como o pecado original, do qual as pessoas precisam de se lavar e purificar. Se é algo tão terrível e pecar deve ser evitado, para quê mencionar?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O próximo livro é o Êxodo, que será uma estreia para mim, pois do seu conteúdo só conheço o que vi em filmes. O cinema arranja sempre forma de embelezar tudo; desconfio que esse livro, mais ainda que o Génesis, vai ser de leitura difícil. Não garanto que o vá comentar também. A ver.</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-91857944138277823502016-06-19T20:34:00.000+01:002016-06-19T20:34:41.502+01:00Piadinha #1A mulher vê-se ao espelho e diz ao marido:<br />
- Estou tão feia, tão gorda e tão mal feitinha. Preciso de um elogio...<br />
Ele responde:<br />
- Tens muito boa visão!Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0Gondomar, Portugal41.139559899999988 -8.5291422999999915.617525399999987 -49.837736299999989 66.661594399999984 32.77945170000001tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-8243027914988499412015-07-20T20:55:00.000+01:002015-07-20T21:12:12.955+01:00Em trânsito<div style="text-align: justify;">
Sou uma utilizadora assídua dos transportes públicos e passo diariamente umas boas horas em viagem. Na maior parte do tempo, faço a viagem a olhar pela janela e a pensar na morte da bezerra; à custa disso já cheguei a falhar a minha paragem algumas vezes, tal é a minha abstracção. Outras vezes, fico a observar os restantes passageiros. Algumas caras já são minhas conhecidas, de pessoas que têm a mesma rotina que eu, e mesmo sem nunca termos falado já sei os seus nomes, as suas paragens e até mais qualquer coisa. E quando alguma dessas caras falta, apercebo-me disso e questiono-me o que se passará com ela. Volta e meia aparecem uns espécimenes raros que me chamam a atenção pela negativa. </div>
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<br /></div>
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Há os que gostam de partilhar a sua música com todos os passageiros, munidos do seu telemóvel. Infelizmente, são raras as vezes em que partilho o gosto musical com estas personagens. Há os que gostam de pôr os pés em cima dos assentos. A esses, gostava que um dia o único lugar sentado disponível fosse o assento onde um agricultor descansou as pernas e pousou as botas cheias de terra e estrume; talvez assim percebessem a importância de não colocar os pés nos assentos. Há também os que gostam de discutir no autocarro e tornar do conhecimento público os seus dramas pessoais. Há quem simplesmente converse num tom de voz excessivamente alto para o ambiente em que se está, criando condições para a intromissão ou bisbilhotice por parte dos restantes passageiros. </div>
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<br /></div>
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No entanto, os espécimenes que mais me causam arrepios são os que vão para o autocarro cortar as unhas. Não consigo entender como podem achar que aquele é o local indicado para tal tarefa! Bem sei que as viagens de autocarro são demasiado longas e aborrecidas; compreendo que o tempo despendido em viagem poderia ser muito mais bem aplicado noutras actividades; compreendo até que ter as unhas grandes possa causar desconforto, mas isso não justifica que se as corte no autocarro! Vai uma pessoa, descontraidamente, no autocarro e de repente é agredida no olho por um pedaço de unha que salta do vizinho do lado! Pedaços de unha são disparados para todas as direcções, umas alojando-se no cabelo de quem está sentado à frente, outras caindo sobre o colo de quem está ao lado. Felizmente, nunca tive o infortúnio de me sentar junto a uma ave rara destas, senão ficaria de queixo caído a olhar para ela e corria o risco de levar com um pedaço de unha na boca! Desenganem-se se pensaram que este é um comportamento exclusivo das mulheres, vítimas da sua vaidade. Não, já vi vários homens a cortar as unhas no autocarro. </div>
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<br /></div>
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Há pouco tempo li no Facebook um queixume do Rui Zink a respeito das pessoas que bocejam sem colocar a mão à frente da boca. Imediatamente identifiquei-me com o texto, pois debato-me com o mesmo problema. A vida em sociedade nem sempre é fácil, às vezes vemo-nos obrigados a suportar muita coisa desagradável para bem da convivência e porque somos civilizados. Ora, colocar a mão à frente da boca quando se boceja é um gesto tão simples que não percebo porque tantos se recusam a adoptá-lo. Tal como não percebo como alguém supostamente civilizado corta as unhas no autocarro! Talvez esses indivíduos ficassem mais bem inseridos numa população de macacos, onde a civilização ainda não chegou e até catam-se uns aos outros, logo não se incomodarão com os pedaços de unha alheios.</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0Porto, Portugal41.1579438 -8.62910529999999241.0623098 -8.7904667999999919 41.253577799999995 -8.467743799999992tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-12967586164269830012015-03-18T14:09:00.003+00:002015-03-18T14:09:40.087+00:00Aceitam-se sugestões<div style="text-align: justify;">
Quem me dera ser uma pessoa mais criativa! Neste momento, o que não me falta é tempo livre à espera de ser ocupado de forma mais produtiva. O que me falta são a criatividade e uma pitada de motivação. Aceito sugestões.</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com3Porto, Portugal41.1579438 -8.62910529999999241.0623098 -8.7904667999999919 41.253577799999995 -8.467743799999992tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-15917079538099829732014-05-08T21:14:00.000+01:002014-05-08T21:25:17.050+01:00Desmancha-prazeres!<div style="text-align: justify;">
Há duas semanas, fui ao cinema. Como não tenho andado ao corrente das estreias, fiz a minha escolha baseada no título e no cartaz, basicamente. Má ideia! As aparências iludem!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O filme seleccionado intitula-se <a href="http://www.imdb.com/title/tt2564354/" target="_blank">Pecado Fatal</a>. Junto com os bilhetes, a funcionária da bilheteira deu-me um panfleto sobre o filme. Foi quando descobri que este é português e até ganhou um prémio num festival internacional. Além disso, trazia diversos comentários de espectadores muito satisfeitos com o filme e que não se pouparam nos elogios. Para além de mencionarem a qualidade da interpretação da actriz principal, referem também como este filme prova que o cinema português não é chato, sem história e sem naturalidade. Pois eu digo: tirando a opinião sobre a prestação da actriz principal, não sei de que estão a falar!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em traços gerais, a narrativa começa com um homem a bater à porta dum amigo a meio da noite para lhe pedir para usar o seu quarto de hóspedes para um encontro sexual fortuito. A rapariga está de tal forma bêbada que acaba por passar a noite na casa desse amigo. Durante a noite, tem um pesadelo e o ruído que faz chama a atenção do proprietário da casa, que vai até ao quarto ver se ela está bem. A pedido da rapariga (relembro: bêbada!), ele deita-se junto dela para a confortar e acabam por ter relações sexuais. A parte pecaminosa é que ela pensava durante todo o tempo que estava com o amigo dele, o mesmo com quem ela tinha ido para casa. Pela manhã, Lila (a rapariga) encontra Nuno (o dono da casa) e, após uma conversa simpática durante o pequeno-almoço, ela oferece-se para ficar com o quarto que ele está a alugar no seu apartamento. Com a convivência, os dois apaixonam-se e, eventualmente, os eventos daquela noite de bebedeira tornam-se muito relevantes para a sua relação. Descobre-se também que a Lila tem um passado trágico de abandono familiar, que também é explorado no filme. Na minha opinião, globalmente a história é um pouco pobre. O passado trágico também parece-me que foi criado à força, porque é conveniente para o desfecho do filme. Algumas das cenas interpretadas pela actriz principal estão carregadas de emoção, especialmente as relacionadas com esse passado conturbado, e concordo que ela sabe exprimir essas emoções com naturalidade. Infelizmente, os seus colegas não me convenceram.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outra coisa que achei curiosa, mas não no bom sentido, foi o começo do filme. Nuno vai falar com o seu vizinho, um idoso viúvo, diz que está preocupado com ele e convida-o para almoçarem juntos no dia seguinte. Isso é muito bonito, mas sinceramente não acredito que seja algo muito frequente. Ainda por cima, essa cena não tem qualquer conexão com o resto do filme. Só se fala do velhote no início e no fim do filme: no início, dá-se o convite e decorre o referido almoço, em que participa o Nuno e a sua nova inquilina; no fim, quando eles lembram-se de lhe fazer novo convite, duas semanas depois, e descobrem que o velhote faleceu. Neste caso, dado que o actor que interpretou o idoso era um actor experiente, talvez o objectivo fosse dar maior credibilidade ao filme. Uma alternativa possível é que quisessem aproveitar aquele veículo para alertar o público para o abandono dos idosos, dado que ultimamente têm sido frequentes as notícias de idosos que foram encontrados mortos nas suas casas vários dias depois da sua morte, porque ninguém se preocupou com eles e foi preciso sentir o mau cheiro para que se lembrassem que existiam. Parece-me provável, tendo em conta a frequência com que se vê, no filme, publicidade descarada a diversos produtos e marcas, daí que fazê-lo também por uma causa não me parece um grande salto. O gesto é louvável, mas não acredito que tenha grande repercussão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como já deu para perceber, não fiquei impressionada com o filme e não concordo com a maioria das opiniões dadas por outros. É muito frequente, para não dizer que é certo, que quando leio opiniões alheias sobre um filme que vou ver, efusivas e a tecer-lhe os melhores louvores, acabo por sair da sala de cinema decepcionada. É impossível um filme estar ao nível da expectativa criada por esses comentários. Daí o título deste texto: os críticos são uns desmancha-prazeres! Transformam um filme muito bom num filme mediano e um filme mediano num filme razoável. No caso deste filme, passou de razoável a fraquinho. Decididamente, é melhor ignorar quaisquer opiniões antes de ter a minha própria opinião formada, que é para não ser influenciada.</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-26333412176067161622014-04-08T22:38:00.000+01:002014-04-09T03:30:30.542+01:00Curiosidade nº 8: classificação espectral das estrelas<div style="text-align: justify;">
Em Astronomia, as estrelas são classificadas de acordo com as características do seu espectro electromagnético. Cada linha que está presente no espectro corresponde a um elemento químico e a sua abundância depende da temperatura da estrela. A classificação actualmente usada é feita usando as letras O, B, A, F, G, K e M, que vai da mais quente à mais fria nesta mesma ordem. A parte curiosa é a mnemónica engraçada, em inglês, que é usada para ajudar a lembrar as letras das classes espectrais e a respectiva ordem: "<u>O</u>h, <u>B</u>e <u>A</u> <u>F</u>ine <u>G</u>uy/<u>G</u>irl, <u>K</u>iss <u>M</u>e". Esta mnemónica foi depois alterada para incluir as classes espectrais das estrelas mais frias: L, T e Y.<br />
Cada uma destas classes pode ser sub-dividida adicionando um algarismo de 0 a 9, em que o 0 corresponde à mais quente e o 9 à mais fria dentro dessa classe. Pode ainda ser adicionado um número romano, de I a VI, que indica a classe de luminosidade: por exemplo, I para as supergigantes; III para as gigantes e V para as anãs ou da sequência principal.<br />
O nosso Sol, por exemplo, é uma estrela da classe G2V. É uma anã amarela, com temperatura à superfície de aproximadamente 5500 ºC. As estrelas da classe O são azuis e têm mais de 30000 ºC.</div>
<br />Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-26942052414362240052014-01-02T05:09:00.000+00:002014-01-02T05:09:20.013+00:00Pontapés na Gramática<div align="justify">
Desculpem-me por não ter publicado esta mensagem a tempo do Natal, pois creio que esta seria uma óptima sugestão de prenda para quem se esforça por expressar-se em bom português - e a preço de amigo! Refiro-me ao livro <i>Pontapés na Gramática</i>, da Areal Editores.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsI8xBp%2F033q5Xpv56y8baM6twSczGflZITDIkiU3HZs6&width=440" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://images.portoeditora.pt/getresourcesservlet/image?EBbDj3QnkSUjgBOkfaUbsI8xBp%2F033q5Xpv56y8baM6twSczGflZITDIkiU3HZs6&width=440" width="209" /></a></div>
Primeiro nasceu o programa de rádio, na Antena 3, com o mesmo nome, onde se abordava uma série de temas linguísticos que é frequente darem origem a erros gramaticais. Da rádio passou para o papel, onde se compilou 370 desses pontapés na gramática, distribuídos por diferentes secções. O livro está estruturado como uma espécie de teste de escolha múltipla: é feita uma pergunta onde se pretende demonstrar determinado erro gramatical; são dadas duas alternativas de resposta e cabe ao leitor pôr à prova o seu conhecimento da língua portuguesa. Logo abaixo pode encontrar-se a resposta correcta à pergunta, assim como a respectiva fundamentação.<br />
<br />
Na primeira secção, as autoras dedicam-se às dificuldades relacionadas com a fonética e ortografia, ou seja, a escrita e pronunciação das palavras:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">Complete a frase. <br />"A um habitante da Madeira chamamos madeirense, a um dos Açores chamamos..."<br /><br />(a) açoriano.<br />(b) açoreano.</span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">A resposta correta é a opção (a): açoriano. (Pontapé nº 2, p. 9)</span>
</blockquote>
De seguida, debruçam-se sobre os problemas de vocabulário:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">Onde está o erro na frase?<br /> "Os adeptos desse clube saíram do estádio com a moral em baixo."<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">(a) Neste contexto, devemos dizer "o moral" e não "a moral".</span><br />
<span style="font-size: x-small;">(b) A forma verbal "sairam" escreve-se sem acento agudo.<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">A resposta correta é a opção (a): Neste contexto, devemos dizer "o moral" e não "a moral". (Pontapé nº 134, p. 53)</span></blockquote>
A terceira secção dedica-se às dúvidas relativas à morfologia:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">A frase que se segue tem um pontapé na gramática muito frequente. Qual? <br />"O suspeito terá alegadamente morto a vítima durante a madrugada."<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">(a) O advérbio "alegadamente" não deve ser usado neste contexto.</span><br />
<span style="font-size: x-small;">(b) Deve dizer-se "terá matado" e não "terá morto".<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">A resposta correta é a opção (b): Deve dizer-se "terá matado" e não "terá morto". (Pontapé nº 219, p. 82)</span></blockquote>
A penúltima secção aborda os pontapés na sintaxe:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">Qual a incorreção existente na frase? <br />"Dezenas de pessoas foram evacuadas de um prédio em risco de ruir."<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">(a) A frase está correta.</span><br />
<span style="font-size: x-small;">(b) Deve dizer-se "o prédio foi evacuado" e não "as pessoas foram evacuadas".<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">A resposta correta é a opção (b): Deve dizer-se "o prédio foi evacuado" e não "as pessoas foram evacuadas". (Pontapé nº 269, p. 99)</span></blockquote>
Finalmente, porque é um tema muito actual, esclarecem-nos sobre o novo Acordo Ortográfico: <br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">Reescreva a frase conforme as regras do novo Acordo Ortográfico. <br />"Muitos países exportam matéria-prima e mão-de-obra barata."<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">(a) Muitos países exportam matéria-prima e mão de obra barata.</span><br />
<span style="font-size: x-small;">(b) Muitos países exportam matéria prima e mão de obra barata.<br /></span><br />
<span style="font-size: x-small;">A resposta correta é a opção (a): Muitos países exportam matéria-prima e mão de obra barata. (Pontapé nº 327, p. 120)</span> </blockquote>
Algumas questões parecem ser de resposta óbvia, - pelo menos para nós, mas provavelmente não o serão para outros - mas também há daquelas que nos surpreendem. Se pensam que falam e escrevem num português irrepreensível, preparem-se para se decepcionarem, pois com certeza irão descobrir que algo que sempre escreveram ou disseram afinal está completamente errado. Se não acreditam, comprem o livro e vejam por vocês mesmos; provem que estou errada! Pessoalmente, e para meu desgosto, foram várias as questões em que soltei um longo ah!, como se tivesse acabado de descobrir a pólvora. Faço questão de estudar bem este livro para aprimorar o meu uso da língua portuguesa e sugiro que façam o mesmo, pois dar pontapés na gramática não é nada bonito.<br />
<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
TAVARES, Sandra Duarte, DIAS, Joana - <b>Pontapés na Gramática</b>. Prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa; 1ª edição. Porto: Areal Editores, Janeiro de 2013.143 páginas. ISBN 978-989-647-552-9.</blockquote>
</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0Gondomar, Portugal41.166359399730524 -8.530905917968766541.118548399730521 -8.6115869179687667 41.214170399730527 -8.4502249179687663tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-31689928706121629122013-09-14T04:00:00.002+01:002013-09-14T04:03:15.385+01:00A flauta mágica<div style="text-align: justify;">
No final do mês de Julho fui assistir a mais uma ópera no Coliseu do Porto, a terceira deste ano. Desta vez foi A Flauta Mágica, de Mozart. O que esta ópera teve de diferente das outras é que não foi uma produção da Orquestra do Norte e da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto, mas sim da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE). Não sei se terá sido por esse motivo ou simplesmente por se tratar desta ópera em particular que a minha experiência também foi diferente das outras que tive.<br />
<br />
Logo que a ópera começou fui surpreendida quando verifiquei que esta era cantada em português. Sem dúvida que é melhor que estar a olhar constantemente para as legendas, mas tinha alguma curiosidade em saber como me soava uma ópera em alemão. Mas as diferenças não ficaram por aqui: havia interacção entre a orquestra, o maestro em especial, e os actores-cantores; havia diversos momentos de comédia física que aludiam a situações actuais; os períodos recitativos (trechos não cantado) eram mais frequentes e longos; a qualidade das vozes não era consistente. A interactividade e a comédia considero adições positivas, se bem que quebraram o ritmo e representaram uma distracção do tema central da ópera. Quanto aos períodos recitativos, pareceram-me demasiado longos e demasiado frequentes, representaram uma porção da ópera demasiado significativa quando em comparação com outras óperas. Entre interacções, comédia e recitativos, ocorriam demasiadas paragens nas quais quase me esquecia que estava a assistir a uma ópera e antes parecia tratar-se duma simples peça de teatro. Seria o original também assim? Gostava de saber.<br />
<br />
A qualidade das vozes, ou a falta dela, denunciaram algum amadorismo. Existiam cantores com péssima projecção de voz, eram quase inaudíveis e imperceptíveis, mesmo estando a cantar em português. Felizmente, também havia excelentes vozes, como as dos cantores que representaram os papéis de Papageno e Sarastro (um caçador de pássaros e um sacerdote, respectivamente). Já que menciono o Papageno, acrescento que esta personagem protagonizou os momentos mais divertidos da ópera, assim como uma das duas árias que me são familiares. Ainda bem que atribuíram esse papel a um cantor com uma voz mais trabalhada.<br />
<br />
No início do acto II, Sarastro fez o que parecia um discurso ao povo, totalmente falado em inglês. No sistema de som do coliseu ouviu-se uma voz feminina que fazia a tradução simultânea do discurso. Infelizmente, o discurso proferido por Sarastro e a tradução sobrepuseram-se e não se percebia bem nem um nem a outra, apesar da boa projecção de voz desse cantor. O conteúdo perdeu-se e, na verdade, não percebi a relevância de fazerem o discurso em inglês; se tivessem feito tudo em português não acontecia esta trapalhada. Escusado será dizer que assistir a este espectáculo não me deixou muito animada. O pior é que teve a duração de 3 horas e 15 minutos, provavelmente a ópera mais longa das que assisti.<br />
<br />
Como se já não estivesse a ser suficientemente mau, perto do final puseram uns holofotes em rotação. Então, a cada volta que dava, atingiam-me com uma luz extremamente forte que me ofuscava. Parece que queriam mesmo deixar uma pessoa de mau humor! Quando finalmente acabou, naturalmente não estava bem impressionada. No entanto, não estou preparada para colocar já A Flauta Mágica no "caixote do lixo". Antes, aguardarei por verdadeiros profissionais que representem uma versão mais fiel ao original para depois tirar as minhas conclusões.</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-76995931886300548102013-06-13T21:52:00.000+01:002013-06-22T01:34:57.784+01:00Estupidez vs Perspicácia<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">Ser paciente com a estupidez é difícil para os perspicazes.</span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
Estava a ler o livro do momento, <i>Os Primeiros Casos de Poirot</i>, e no capítulo "A aventura da cozinheira desaparecida" encontrei esta pérola. Não podia concordar mais! É uma das coisas que me põe de mau humor instantaneamente. Finalmente alguém que me compreende, mesmo que seja só uma personagem fictícia. </div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-45042257610123128182013-06-04T22:08:00.001+01:002013-06-04T22:08:43.230+01:00Beauty is in the eye of the beholder<div style="text-align: justify;">
A beleza está nos olhos de quem a vê.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É por isso que, ultimamente, o meu <a href="http://umdiferentepontodevista.blogspot.pt/" target="_blank">blogue de fotografia</a> está em hibernação. Nos meus olhos só há escuridão.</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-88244858201689946202013-04-19T03:36:00.001+01:002013-05-23T01:03:44.678+01:00Bifanas e gelados<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
A minha vida é tão interessante que não tenho nada de melhor sobre o que escrever além de comida. Assim sendo, ficam desde já avisados que o que se segue é completamente irrelevante.</div>
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<br /></div>
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Se frequentam as praças da alimentação de centros comerciais com certeza já viram a proliferação de promoções de produtos a €1, cartazes a anunciar novidades e... bifanas. Como acontece sempre, assim que uma cadeia de <i>fast food</i> lança um novo produto, todas as outras imitam: é a concorrência, pura e simples. Como consumidora preferia ter diversidade, mas dado que tenho a possibilidade de escolher, tomei como missão determinar qual o melhor local para comer, neste caso, bifanas.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como as primeiras que vi foram as da Casa das Sandes, comecei por essas. Gostei bastante, são saborosas e são bifanas a sério, ao contrário de outras. Contudo, são demasiado picantes para aquilo que consigo tolerar e também podia encontrar-se ocasionalmente pedaços de gordura, o que não me agrada nada. Apesar de tudo, vale a pena.</div>
<div style="text-align: justify;">
Seguidamente, experimentei as da Pans e digo já que foi a última vez que como bifanas lá. O paladar era estranho, nada agradável, a própria carne tinha uma cor estranha e estava completamente seca, não havia nenhum molho. Até me custou comê-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mais recentemente experimentei a bifana com mostarda do McDonald's e fiquei decepcionada, não correspondia em nada ao que esperava. Para começar, aquilo de bifana não tem nada, eu chamar-lhe-ia hamburguer de porco; o paladar não é nada de especial e sem dúvida que não lembra as bifanas tradicionais. Depois, a mostarda só aparece na forma de pacote e quem quiser que a coloque; ou seja, a diferença entre pedir uma bifana simples e uma bifana com mostarda é que na segunda dão-nos um pacote de mostarda. Tinha curiosidade em experimentar a nova bifana à cervejeira, porque imagino que tenha um molho diferente e agradável, mas assim pensarei duas vezes antes de o fazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em conclusão, baseando-me no meu conhecimento actual, atribuo o 1º lugar à bifana da Casa das Sandes, o 2º lugar à do McDonald's e, por último, a da Pans. No entanto, ainda gostava de avaliar outras bifanas. Por exemplo, já ouvi falar muito das bifanas do Conga como sendo as melhores do Porto, por isso acho que nenhuma avaliação estará completa sem antes as experimentar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já que estou a falar em comida, posso também partilhar a minha opinião sobre uma das novidades da Olá para este ano: os Magnum 5 Kisses. Há uns dias provei o Magnum Beijo Apaixonado, com suspiros e frutos vermelhos, além do chocolate obviamente. Provei-o em formato <i>swirl</i>. Não era mau, mas tendo em conta que eu adoro frutos vermelhos, dizer que não é mau não é uma avaliação muito positiva. Não fiquei rendida a este beijo. É possível que comer este gelado no formato convencional seja mais interessante, a percepção dos diversos componente poderá ser diferente; em todo o caso, na próxima oportunidade experimentarei um beijo diferente.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obviamente, opiniões são subjectivas, ainda para mais relativamente ao paladar, por isso acredito que possa haver quem discorde da minha avaliação: está no seu direito, aqui não há nem certo nem errado. Mas digam-me se este texto não é para encher chouriços?! Eu avisei!</div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-45088062621573066212013-04-09T01:21:00.001+01:002013-09-14T02:40:33.813+01:00A mulher caída<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Na passada sexta-feira à noite fui assistir, no Coliseu do Porto, à ópera de Giuseppe Verdi: <a href="http://www.coliseudoporto.pt/index.php?option=com_eventlist&view=details&id=823%3Ala-traviata-opera-de-giuseppe-verdi" target="_blank">La Traviata</a>. Foi a primeira da temporada de ópera de 2013 em que se assinala os 200 anos do nascimento deste compositor. Descobri, com a ajuda da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/La_traviata" target="_blank">Wikipédia</a>, que <i>la traviata</i> significa, aproximadamente, a mulher caída. Consigo compreender a escolha do título tendo em conta o libreto desta ópera.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O libreto de La Traviata é baseado no romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas filho. Na ópera, Violetta, uma cortesã, toma conhecimento de que Alfredo a ama secretamente há algum tempo. Violetta é tocada pelo sentimento de Alfredo e ambos vão viver juntos para uma casa de campo, longe das festas que habitualmente frequentavam, e são felizes. Infelizmente, não durou muito. Um dia, o pai de Alfredo visita Violetta e pede-lhe que se afaste do seu filho para preservar o bom nome da família. Entre muitas lágrimas, Violetta acaba por aceder ao pedido, prometendo segredo. Ao saber que Violetta o abandonou, Alfredo conclui que ela preferiu retornar à sua antiga vida e fica louco de raiva. Numa festa, Violetta e Alfredo voltam a encontrar-se e este humilha-a, mas logo sente remorsos. Posteriormente, em sua casa, Violetta encontra-se às portas da morte quando Alfredo aparece e reafirma o seu amor: o seu pai tinha revelado o motivo que levou Violetta a afastar-se dele. Ambos fazem planos para o futuro, mas já foi tarde demais: recuperar o amor de Alfredo deu alento a Violetta, mas não foi suficiente e ela sucumbiu à doença.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Logo no primeiro acto, durante uma festa, Alfredo exibe os seus dotes vocais e canta sobre o amor e a bebida: a ária <a href="http://www.youtube.com/watch?v=LTrUnwILuu0" target="_blank"><i>Libiamo ne'lietci calici</i></a>,
também conhecida como Valsa do Brinde. Em todas as óperas a que assisti
(esta foi a minha nona ópera) sempre reconheci alguma ária ou trecho
musical que já tinha ouvido antes apesar de não saber a sua origem. Foi o que se
passou com a valsa do brinde.</span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Apesar do espectáculo ter a duração de três horas, distribuídas por três actos sendo que o segundo acto tinha duas cenas, ainda assim pareceu-me que esta história de amor trágica foi contada de forma muito sucinta, o que considero positivo. Tal como todas as óperas a que assisti, também esta foi apreciada embora não a eleja como minha favorita. No entanto, dado que esta ópera é baseada numa obra literária, também despertou o interesse em conhecer esta obra e prolongar a experiência, algo que não foi possível com as óperas anteriores. Verdade seja dita, A Dama das Camélias julgo enquadrar-se na categoria dos clássicos literários, o que só reforça a relevância da sua leitura. Há muitos livros que gostaria de ler um dia e na sexta-feira passada descobri mais um para juntar à minha lista.</span></div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0Gondomar, Portugal41.139559899999988 -8.5291422999999915.617525399999987 -49.837736299999989 66.661594399999984 32.77945170000001tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-169659470129051292012-11-29T01:46:00.001+00:002013-04-09T01:40:08.928+01:00E mais outro blogue!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Já faz muito tempo que não publico nada aqui e a última mensagem publicada serviu para anunciar a criação de um novo blogue. Agora volto a publicar precisamente pela mesma razão. O meu novo blogue chama-se<b> <a href="http://apaginastantasleituras.blogspot.pt/" target="_blank">A páginas tantas</a></b> e é dedicado aos livros. Nele irei escrever sobre os livros que li e a minha opinião sobre eles. Provavelmente estarão a pensar que seria melhor se eu agrupasse todos os conteúdos no mesmo blogue, neste mesmo, que considero como o meu blogue generalista, e assim até publicaria com maior frequência do que estou a fazer actualmente, mas gosto de cada coisa no seu lugar, daí a criação destes blogues temáticos. Além disso, com a criação destes novos blogues estou a tirar partido dos novos modelos com visualizações dinâmicas que se adequam melhor à temática de cada blogue. Na barra superior há ligações directas para esses blogues. Convido-vos a dar uma vista de olhos neste novo blogue e também no outro, se ainda não o fizeram, e a deixar os vossos comentários. </span></div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-15451442971128700862012-06-01T21:29:00.001+01:002013-04-09T01:39:44.221+01:00Novo blogue<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;">Recentemente, criei um novo blogue, dedicado à fotografia, designado por <a href="http://umdiferentepontodevista.blogspot.pt/"><b>Um diferente ponto de vista</b></a>. Não tenho conhecimentos nesta arte, apenas tenho a minha própria noção de estética, a qual resolvi partilhar nesse espaço. Estão todos convidados a visitá-lo e a deixar os vossos comentários. Espero que seja do vosso agrado.</span></span></div>
Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-62454294186337932102012-04-05T22:57:00.000+01:002012-04-05T22:57:53.600+01:00Cuidado, eles andam aí!<div style="text-align: justify;">Recentemente tive uma experiência curiosa. Fui a uma entrevista de emprego para ser telefonista numa clínica de medicina alternativa. A tarefa não me agrada especialmente, muito pelo contrário, mas estava entusiasmada com a ideia de ganhar mais algum dinheiro e ser útil. A dona do estabelecimento não me pareceu muito esquisita em relação aos requisitos exigidos aos candidatos; depois de meia dúzia de questões para me conhecer melhor, combinamos a data da formação. Foi então que as coisas começaram a ficar estranhas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A "patroa" tinha-me dito que o trabalho consistia em contactar potenciais clientes e oferecer-lhes um prémio. Pensei que a ideia fosse, por meio da atribuição dum serviço, a título gratuito, nessa clínica, dar a conhecer os vários serviços da clínica na perspectiva de ganhar novos clientes. No dia da formação vi que a história era outra. Logo que cheguei à "formação", ela deu-me para a mão umas páginas com o texto que deveria dizer a quem contactasse. Todo o conteúdo daquelas páginas deixou-me com a pulga atrás da orelha...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para começar, não usávamos o nome da empresa para nos apresentarmos, usávamos um nome fictício, duma empresa que nem deve existir. Tínhamos que dizer que o contacto vinha em seguimento dum questionário a que a pessoa tinha respondido e que, por isso, estava habilitada a receber um prémio se o seu questionário fosse um dos sorteados. Já estávamos preparados para que a pessoa dissesse que não se lembrava de responder a questionário nenhum; só tínhamos que explicar que era uma coisa normal, pois já tinha sido há mais de um ano. Ora, eu sei que esta história do questionário é completamente falsa, porque a minha irmã respondeu ao mesmo anúncio que eu, mas foi à entrevista e formação no próprio call-center onde o trabalho ia ser desempenhado (eu estive na clínica) e pôde assistir aos outros telefonistas em acção e verificou que as chamadas eram feitas para <u>todos</u> os números de telefone possíveis e imagináveis, ou seja, ligavam sequencialmente para todos os números de telefone, até para números que não estão atribuídos, na expectativa de que alguém atenda o telefone. Os questionários até podiam ter sido feitos (embora eu duvide muito disso), mas era mais que evidente que eles não ligavam apenas a quem tinha respondido ao questionário.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O guião continuava com a recolha dos dados pessoais da pessoa e depois pedíamos para que aguardasse enquanto confirmava se é um dos contemplados com o prémio. Aqui deparei-me com mais outro ponto a cheirar a esturro. Nós não tínhamos que confirmar nada, pois não havia o que confirmar, apenas tínhamos que verificar se a pessoa se enquadrava nos critérios de qualificação deles e, em caso positivo, dizíamos que ganhou o prémio, caso contrário dizíamos que não teve essa sorte. A palhaçada é tal que a minha irmã diz que nessa fase de "verificação" os telefonistas ficavam a olhar para as unhas ou a mexer no telemóvel enquanto deixavam as pessoas do outro lado do telefone à espera, para alimentar a farsa... Os próprios critérios de qualificação eram suspeitos, pois só pessoas empregadas, reformadas ou com uma pensão de viuvez podiam ser seleccionadas; os restantes (entenda-se, quem não tem rendimentos) estavam excluídos à partida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os felizardos que supostamente tinham ganho o prémio eram informados disso com a indicação do número do questionário, outra mentira já que esse número era o mesmo para todos os que contactássemos e representava o código do telefonista, não um número legítimo do questionário (já que esses nem existiam). Tínhamos que lhes pedir que se dirigissem nesse mesmo dia a um local para receber o prémio. O espaço de tempo para receber o prémio é tão curto que, pela emergência da situação, as pessoas são levadas a concordar imediatamente sem pensar bem no que lhes está a ser dito ou pesquisar sobre a empresa, não lhes dando tempo de se aperceber de todas as coisas que cheiram mal naquela história.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A "patroa" vendeu bem o peixe dela, soube arranjar justificações para os pontos mais estranhos do guião, como o nome falso da empresa e o número falso do inquérito. Tinha até uma lista de questões frequentes que as pessoas mais espertas podem levantar, seguida da resposta adequada para as fintar e acabar com as dúvidas. Mesmo assim, aquilo tresandava a vigarice e quando eu falei que aquele guião baseava-se em afirmações falsas, a "patroa" descontrolou-se: começou a barafustar que o negócio dela já existe há muito tempo e que ainda ia durar muito mais; fartou-se de gesticular, até bateu com o punho na mesa; a cara dela ficou completamente vermelha; disse que não ia admitir que insultassem a empresa dela e ofereceu-me a mão para se despedir de mim. Ou seja, indirectamente expulsou-me da sala, provavelmente para que as minhas palavras não semeassem dúvidas no outro formando que estava na sala comigo. Nem precisei entrar em detalhes sobre o que achava que estava mal naquele guião, porque ela perdeu as estribeiras imediatamente. Se ela e a empresa dela fossem tão honestas como ela queria fazer parecer, ela teria contra-argumentado para desfazer as minhas dúvidas, mas como não havia argumentos, só lhe sobrou ter aquela reacção desproporcionada e livrar-se de mim tão rápido quanto pudesse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Escusado será dizer que fiquei sem trabalho... Eu achava que trabalhar em telemarketing era mau, mas afinal existe algo bem pior. Por curiosidade, pesquisei na Internet o nome fictício da empresa que usávamos no guião e logo os dois primeiros resultados eram de páginas com queixas sobre essa empresa, onde as descrições de quem recebeu as chamadas são coerentes com aquilo que agora relatei. Pelo que li, aqueles que caem no erro de ir receber o prémio não têm boa coisa à sua espera. Espero que quem ler esta mensagem fique com os olhos e ouvidos bem abertos, se alguma vez receberem uma chamada semelhante ao que descrevi, e que consigam ver além dos prémios valiosos que dizem que ganharam e raciocinem para evitar serem burlados, porque infelizmente estes e outros como eles andam aí. </div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-25497132057951665302011-07-22T01:04:00.008+01:002012-04-03T02:54:01.550+01:00Expositor de brincos<div style="text-align: justify;">Finalmente vi-me livre (em parte) de algo que representava um grande peso na minha vida: a universidade. Surpreendentemente, o meu cérebro cansado resolveu voltar-se para passatempos há muito abandonados por falta de tempo e, especialmente, falta de motivação. Uma delas foi a criação de bijutaria. Quase fiz um colar razoavelmente complexo numa só noite, não fosse ter-me acabado o material! Mas esse não foi o único trabalho manual a que me dediquei nos últimos dias.<br />
<br />
Gosto muito de bijutaria, especialmente brincos: existe uma grande variedade de modelos, têm tão bom aspecto como uma verdadeira jóia, mas são bem mais baratos, por isso posso dar-me ao luxo de comprar vários. O meu problema é a arrumação: não gosto de os ter emaranhados num guarda-jóias, pois podem danificar-se, além de ser de difícil acesso na hora de escolher uns para usar. O que eu queria era um expositor à semelhança dos que se encontram nas lojas, mas isso não era possível, por isso decidi construir eu mesma um expositor de brincos. Para isso, segui uma ideia que encontrei na Internet, fiz-lhe algumas alterações e construí o meu próprio expositor, à medida das minhas necessidades e do meu gosto pessoal. O resultado é o que está na foto ao lado.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc6yR4wXluSrNFkeYqWI3iPQi_OblRxvTRRAm9c3iT_Bt8HWclPS8dDi6iQ1bwkDWc5kJOClTSQA9inQjFJx5-_XQ1kZSlRZIT-0Do6cVFBL5cVJNWbsgxQYGi2FvnJxdl-hgJW6n7UEhA/s1600/21072011%2528001%2529.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5631965182209614642" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc6yR4wXluSrNFkeYqWI3iPQi_OblRxvTRRAm9c3iT_Bt8HWclPS8dDi6iQ1bwkDWc5kJOClTSQA9inQjFJx5-_XQ1kZSlRZIT-0Do6cVFBL5cVJNWbsgxQYGi2FvnJxdl-hgJW6n7UEhA/s320/21072011%2528001%2529.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: right; height: 240px; margin: 0 0 10px 10px; width: 320px;" /></a><br />
A execução não é difícil, mas requer alguma habilidade, por isso a minha primeira experiência não resultou num exemplar perfeito, mas a prática faz a perfeição, logo o próximo será bem melhor. O curioso é que o meu cérebro cansado enganou-se quando pensou que dedicar-me aos trabalhos manuais seria uma tarefa pouco exigente. Quando me propus a elaborar um adorno para dar alguma graça ao meu expositor, deparei-me com um grande desafio criativo. De improviso, reuni alguns materiais que tinha por casa e que não tinham qualquer serventia e consegui dar-lhes uma nova forma, uma nova utilidade. Fiquei surpreendida comigo mesma por ter superado este desafio imprevisto e com um resultado que tanto me agradou.<br />
<br />
Espero que os meus leitores também gostem do meu novo expositor e que ele lhes possa servir de inspiração se quiserem também fazer um. Caso tenham preguiça, eu faço-o por vocês: ofereço-vos os meus serviços. ;-)</div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-878642117454240832011-03-18T23:02:00.004+00:002011-03-18T23:30:15.094+00:00Questionários disponíveis<div style="text-align: justify;">Tenho o prazer de anunciar que finalmente consegui contornar as minhas limitações técnicas e os questionários que preparei para os meus leitores já estão disponíveis.<br /><br />Existe um separador no topo da página que vos levará ao índice de questionários. Esse mesmo índice permite aceitar comentários, onde poderão colocar as vossas mensagens relativas aos questionários, como opiniões, críticas, sugestões, os vossos resultados, etc.<br />Os questionários permitem a navegação entre eles, assim como o regresso ao índice, mas tive que fazer pequenas modificações no código para o conseguir. Penso ter conseguido corrigir todos os erros, mas se detectarem algum problema na navegação ou de outro tipo, usem o espaço de comentários no índice para me informar, para eu posteriormente tentar corrigir.<br /><br />Como já havia informado, junto com os questionários coloquei uma sondagem no blogue, onde poderão indicar as notas que obtiveram nos testes. Encontram-na na parte superior da barra lateral à direita. Podem escolher tantas opções quantas quiserem, para que possam assinalar os resultados de todos os testes que fizerem e fazê-lo de novo mais tarde, se os repetirem.<br /><br />Quando for pertinente, acrescentarei novos questionários ou adicionarei novas perguntas aos questionários já existentes. Quando tal acontecer, tratarei de vos informar da actualização, quer seja na página inicial do blogue ou na página de índice dos questionários. Desta forma, saberão quando existem novidades à vossa espera e quando será mais interessante repetir os testes.<br /><br />Espero que apreciem esta iniciativa. Fico à espera do vosso retorno. Divirtam-se e boa sorte.</div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-28573723614186404152011-03-16T13:11:00.004+00:002011-03-18T01:45:11.908+00:00Curiosidade n.º 7: reactores nucleares<div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;font-size:85%;" >Este tópico estava previsto para as minhas curiosidades do calendário do advento, antes de eu perder o apetite por curiosidades... Como também não é um dos assuntos onde me sinto mais à vontade, acabou por ser preterido por outros. Agora, com a actualidade do Japão após o sismo e ainda o facto, muito conveniente, da minha professora de Física Nuclear e de Partículas ter falado sobre isso na aula de hoje, decidi dar corpo a esta curiosidade sobre os componentes e funcionamento dos reactores nucleares, em traços muito gerais.</span><br /><br />Os reactores nucleares actuais produzem energia a partir da fissão nuclear, ou seja, fazem uso de átomos mais pesados e dividem-nos em átomos mais leves. Neste processo é libertada uma grande quantidade de calor que transforma a água líquida do sistema de refrigeração em vapor de água, o qual irá fazer mover as turbinas geradoras de electricidade.<br /><br />A fissão é induzida por neutrões que colidem com os átomos do combustível: usualmente, urânio ou plutónio. Além dos núcleos mais leves resultantes da fissão, são também produzidos neutrões de elevada energia. A presença dum moderador - normalmente, água ou barras de grafite - permite diminuir a velocidade desses neutrões para que estes possam voltar a induzir a fissão, realimentando a reacção. No entanto, para que a reacção não ocorra de forma descontrolada, é necessário remover os neutrões em excesso que vão sendo produzidos. Para isso, introduzem-se barras de controlo no reactor, por exemplo de cádmio ou boro, com o objectivo de absorver esses neutrões.<br /><br />O reactor possui mecanismos de segurança que, entre outros, impedem que os neutrões rápidos que são produzidos se escapem e que haja fuga de radiação, sendo o principal destes sistemas a barreira de betão que contém o reactor. No entanto, se a temperatura no reactor tornar-se suficientemente elevada, o betão pode fundir-se e perde-se a capacidade de contenção da radiação. É isto que parece estar a acontecer com alguns reactores nucleares no Japão, em consequência da falha do sistema de refrigeração.</div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-53012175395050071662011-03-05T16:56:00.002+00:002011-03-05T17:06:27.183+00:00Cirurgia estética<div style="text-align: justify;">Passado mais de um ano desde a última renovação visual do blogue, decidi acompanhar os tempos e aplicar um dos novos modelos do Blogger. Eis a sua nova imagem! Como podem constatar, mantive a serenidade do azul. Espero que vos agrade.<br /><br />Tenho planos para introduzir algumas novidades, nomeadamente um questionário sobre os assuntos desenvolvidos nos meus posts (essencialmente será sobre astronomia) e uma sondagem permanente para ter retorno sobre a vossa opinião e resultados no questionário. Como poderão ter notado, até já criei a página onde colocarei o dito questionário e criei algumas questões (ainda não exibidas), mas ainda está em fase experimental e nem sei se conseguirei fazer funcionar como desejo. Como sabem, não sou muito assídua na publicação de mensagens, por isso o questionário será também um projecto de realização demorada.<br /><br />Quanto às curiosidades, como já viram, estão em águas de bacalhau, como se costuma dizer, mas já tenho algumas coisas em rascunho que ainda não me apeteceu completar e publicar, mas algum dia o farei, isso posso prometer. Aos leitores que ainda passam por cá só posso pedir mais um pouco de paciência.<br /></div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-83066959970049557612010-12-06T21:24:00.003+00:002011-03-16T13:16:51.631+00:00Curiosidade n.º 6: a velocidade de escape<div style="text-align: justify;">Costumamos dizer que tudo o que sobe tem que descer, mas a verdade é que se lançarmos um objecto com suficiente velocidade, ele pode libertar-se da atracção da Terra e não cair. Esta velocidade é a chamada velocidade de escape. Esta velocidade só depende da massa do corpo que exerce a atracção e da distância ao mesmo, não depende da massa do objecto que "tenta escapar", por isso uma bola de ténis e uma bola de bowling teriam a mesma velocidade de escape. No entanto, uma precisa de mais energia que a outra para conseguir atingir essa velocidade.<br />A velocidade de escape dum corpo lançado da superfície da Terra é de 11,2 km/s (40320 km/h), bem maior que a velocidade de escape na Lua: 2,4 km/s (8640 km/h) ou em Mercúrio: 4,4 km/s (15840 km/h), mas não tão impressionante como a velocidade de escape de Júpiter: 59,5 km/s (185400 km/h) ou a velocidade de escape no Sol: 6175 km/s (22,23 milhões de km/h).<br /></div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-10181764005880160902010-12-05T21:24:00.003+00:002011-03-16T13:16:20.306+00:00Curiosidade n.º 5: a grande mancha vermelha de Júpiter<div style="text-align: justify;">A característica mais distinta do planeta Júpiter é também a maior e mais duradoura tempestade do Sistema Solar. Falo da sua grande mancha vermelha.<br /><br />A mancha ocupa uma área onde caberiam três planetas Terra. Esta tempestade já é observada há pelo menos 400 anos e não se sabe quando chegará ao fim. A temperatura nesta região é inferior ao restante planeta, com excepção da zona central da tempestade, que é três ou quatro vezes mais quente que o meio circundante. Os ventos no seu interior podem atingir os 600 km/h. Não se sabe ao certo que elementos ou reacções químicas são responsáveis pela sua cor vermelha, mas sabe-se que a cor desta mancha está intimamente ligada às condições climáticas do olho da tempestade.<br /><br />Este não é caso único no Sistema Solar. Outras manchas similares, mas menores, podem ser encontradas em Júpiter, assim como em Saturno e Neptuno. No entanto, a grande mancha vermelha de Júpiter é a recordista, no Sistema Solar, em longevidade e dimensão.<br /></div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6910417875918725597.post-26010080906144513262010-12-04T23:38:00.006+00:002011-03-16T13:16:39.513+00:00Curiosidade n.º 4: a velocidade do som<div style="text-align: justify;">Usualmente, ouvimos falar que este ou aquele veículo ultrapassou a velocidade do som ou até algum seu múltiplo. Nestas situações estão a referir-se à velocidade do som no ar, mas a verdade é que a velocidade do som pode tomar diferentes valores.<br /><br />A velocidade do som varia conforme as condições do meio onde se propaga. Meios mais densos favorecem a propagação do som, por isso a velocidade do som é maior em sólidos do que em líquidos e maior ainda do que em gases. A temperatura e a elasticidade do meio também influenciam a velocidade do som: o som propaga-se mais rápido a maior temperatura e em meios mais elásticos.<br /><br />A 20ºC, o som propaga-se através do ar a 340 metros por segundo (1224 km/h). Este valor não é tão impressionante quando comparado com a velocidade a que o som se propaga na água: 1480 m/s (5328 km/h) e menos ainda quando a propagação se faz no cobre: 3750 m/s (13500 km/h).</div>Vanessa Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15971170923851697008noreply@blogger.com4