26 janeiro 2008

Palavras cruzadas

Estava a dedicar-me a um dos meus passatempos, as palavras cruzadas, quando encontro esta pista no 2-vertical: sentimento de afeição ditado pelas leis da natureza. Olho para a quadrícula e descubro uma palavra de quatro letras, cujas segunda e terceira letras eram M e O, respectivamente. Conclui que se referiam ao amor.

Uma coisa tão banal despertou a minha atenção, pois pôs-me a pensar: tanta gente, alguns grandes pensadores, tentaram definir o amor sem sucesso, desculpando-se com um "o amor não se explica, sente-se" e será que é uma simples revista de palavras cruzadas a resolver a questão?

Na minha opinião, creio que ainda não é desta que se levanta a dúvida existencial. Há algo naquela definição que não me convence, não parece bater certo. Não sei se é o sentimento que dizem ser ditado, se é o sentimento e as leis da natureza que não combinam.

Se há uma coisa que um sentimento nunca pode ser é imposto. Isso é um facto da natureza, logo é mais forte que a própria lei.
A natureza não precisa de se socorrer de sentimentos para exercer o seu poder: para isso existem os instintos básicos, como o da reprodução/perpetuação da espécie e, embora possa, muitas vezes, ser confundido com um sentimento, na verdade não o é.

Assim, desta definição de amor, concluo que apenas a afeição tem de estar sempre presente: sem leis, sem imposições e sem falsos sentimentos.

9 comentários:

Anónimo disse...

O amor não é de todo ditado pelas leis da natureza. É ditado pela racionalidade do homem. Não creio que os restantes animais sejam capazes de sentir amor pelos seus próximos embora por vezes pareça. No entanto, talvez a paixão seja - essa sim - ditada pelas leis da natureza pois em termos puramente científicos é algo que o corpo através do cérebro controla.. Mas havia aqui lugar a debate que não é possível de fazer extensamente num comentário.

Unknown disse...

bom, mas afinal conseguíste concluir as palavras cruzadas?

Vanessa Carvalho disse...

Se não concluí, não foi por causa dessa palavra, mas talvez por outras que eu não fazia ideia do que eram.

Anónimo disse...

O teu post fez-me lembrar aquele poema de Luís Camões:

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.(...)"

Ai ai... é o amor! :D

Vanessa Carvalho disse...

Pois, mas isso seria grande demais para escrever nas palavras cruzadas, mas com certeza estaria mais próximo da realidade do que aquela pista que encontrei.

Pentacúspide disse...

pá, eu fiz muitos cálculos e contra-cálculos e cheguei a conclusão que o amor é a desculpa que as pessoas usam para terem sexo de consciência tranquila. o por quê não digo aqui.

Vanessa Carvalho disse...

Pois o porquê é que eu gostava de saber! Isso é que é interessante.

Unknown disse...

pois... porquê?

Anónimo disse...

Bem essa sentença soa-me bastante forçada...
Mas porquê, já agora, essa conclusão???