24 abril 2009

O exoplaneta mais leve descoberto até hoje

O ESO (Observatório Europeu do Sul) anunciou a descoberta do exoplaneta mais leve alguma vez encontrado. O achado foi resultado do trabalho duma equipa de astrónomos liderada por Michel Mayor, da qual faz parte Nuno Santos, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, que, com algum orgulho, digo que foi meu professor.

O planeta encontrado orbita a estrela Gliese 581, uma anã vermelha, e é o quarto planeta descoberto nesse sistema planetário, logo recebeu a designação de "Gliese 581e". O que este planeta tem de surpreendente é ter uma massa apenas 1,9 vezes superior à da Terra, bem inferior às massas obtidas até agora e, em particular, em relação aos seus companheiros planetários e muito provavelmente tratar-se-á dum planeta rochoso. Encontra-se muito perto da estrela hospedeira, pelo que completa uma órbita em apenas 3,15 dias.

As novas observações permitiram também refinar o conhecimento da órbita do terceiro planeta deste sistema, "Gliese 581d", descoberto em 2007, que orbita a estrela em 66,8 dias. Os investigadores especulam que este será um planeta gelado que migrou para uma órbita mais próxima da sua estrela, colocando-o na zona habitável, razão pela qual, potencialmente, terá água líquida.

Estas detecções foram possíveis através da observação do efeito da presença do planeta na órbita da estrela. Esse efeito é muito subtil, mas graças a instrumentos de grande precisão, como o espectrógrafo HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher) é possível encontrar planetas cada vez menores e mais semelhantes ao nosso.

Para informação mais completa, leiam o comunicado à imprensa do ESO.

2 comentários:

Anónimo disse...

Um ano desse planeta dura menos de 4 dias terrestres?!!??? :O

Incrivel.. e eu a pensar que o nosso Mercúrio era uma bala a circundar o sol em 88 dias! =D

Esse planeta, já se viu, deve ser basicamente um calhau enorme... Ainda por cima se orbita uma anã vermelha está digamos como que a orbitar o cadáver de uma estrela..?

Vanessa Carvalho disse...

Uma anã vermelha não é um cadáver de estrela. Possivelmente será o tipo de estrela mais comum no universo, pois são estrelas mais pequenas e frias que o nosso Sol.
O facto do planeta orbitar a sua estrela em tão pouco tempo demonstra quão próximo está dela.