02 dezembro 2010

Curiosidade n.º 2: a primeira supernova

A primeira supernova que fomos capazes de observar e estudar foi a SN 1987, assim designada por ter ocorrido no ano de 1987. Esta ocorreu na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha da nossa. Esta supernova era de tal forma brilhante e próxima da Terra que pôde ser observada a olho nu por observadores no hemisfério Sul. Foi detectada em Fevereiro de 1987 e permaneceu no céu durante meses, tendo atingido o pico do seu brilho em Maio desse ano, decrescendo gradualmente a partir daí.
Outras supernovas haviam sido observadas anteriormente, inclusivamente uma ocorrida na Via Láctea em 1604, mas nessa época não havia meios de a estudar convenientemente, daí que a SN 1987 represente um marco histórico no conhecimento destes fenómenos astronómicos.

8 comentários:

Anónimo disse...

já ouvi dizer (na TV) que as supernovas podem, com a sua radiação e se forem muito proximas, provocar diferenças climaticas na terra e levar à extinção em massa! :O serão só teorias malucas?...

Vanessa Carvalho disse...

Também já ouvi dizer isso e não me parece que sejam teorias malucas. As explosões de supernova são extremamente violentas que projectam as camadas exteriores da estrela moribunda a milhões de km de distância, por isso não duvido que fizessem estragos no nosso planeta. A nossa sorte é a Terra ter uma atmosfera e um campo magnético que nos protegem de algumas agressões do Universo.

Pentacúspide disse...

Considerando a velocidade da luz, poder-se-á realmente determinar quando aconteceu uma explosão de alguma supernova?
Por exemplo, se for visto em 1987, não quer dizer que explodiu 1987 menos os anos-luz de distância correspondente?
E como conseguem determinar a posição inicial de uma partícula em movimento se a percepção do movimento acontece posteriormente ao seu início?

Vanessa Carvalho disse...

Eu não disse que a supernova explodiu em 1987, simplesmente que foi observada nessa altura. Naturalmente a luz teve ainda que viajar até nós, como acontece com todos os outros astros.
Quanto a determinar a posição inicial de uma partícula, se soubermos a forma como ela se move, ou seja, que trajectória faz e a que velocidade, consegue-se antever e prever a posição da partícula em qualquer instante

Pentacúspide disse...

Bem, a primeira parte não estava bem explícita, mas já se resolveu.

Quanto à segunda, acerca da posição das partículas, n'O Átomo Assombrado, de Brown e Davies, diz-se que, referindo-se às partículas subatómicas, que é impossível determinar a posição e a trajectória de uma partícula ao mesmo tempo, porque essas partículas são bastante caprichosas e parece não seguirem as leis normais da física. Bem, a minha dúvida é esta, se não se consegue determinar a posição e a trajectória ao mesmo temo, como é possível determinar uma a partir da outra, sem que isso seja apenas uma especulação (estou a pensar baseando-me na física clássica)?

Provavelmente a dificuldade de determinar a posição dos subátomos deve-se à quase ausência de referências, visto que são microscópicas, ou seja, se Erastótenes (ou la como se escreve o raio do nome) conseguiu calcular a circunferência da Terra e afirmou que ela era redonda foi através de referências, referências bem visíveis e à escala da percepção humana. Quando mudamos para uma escala inferior ou superior à nossa percepção o grau de engano é sempre maior, por essa razão acho que as mesmas dificuldades que se encontram no determinar da posição de uma partícula subatómica poderão ser as que se encontram no determinar de uma partícula cósmica, ou por outras palavras, como defendem certos físicos que não posso nomear (porque física não me interessa assim tanto ao ponto de decorar os nomes dos cientistas e suas postulações) os movimentos que acontecem num átomo são similares ao que acontecem no cosmo.

Não sei se me expus bem e ou se expus bem a questão que me causa a dúvida.

Vanessa Carvalho disse...

Acho que fizeste alguma confusão naquilo que leste nesse livro. De acordo com o Princípio da Incerteza de Heisenberg, o que não pode ser determinado ao mesmo tempo com infinita precisão é a posição e a velocidade, sendo que esta última esta relacionada com a energia da partícula. Assim, se souberes a posição exacta da partícula em cada momento, terás uma incerteza muito grande na energia que ela possui e vice-versa. O que dizes está errado por outra razão: se souberes a posição da partícula em cada instante, independentemente da sua velocidade ou energia, a trajectória da partícula será simplesmente o conjunto de todos esses pontos; é como o simples jogo de unir os pontos para completar o desenho.

Pentacúspide disse...

Bem, a questão de movimento de partículas subatómicas realmente me faz confusão. Por exemplo, lembro de uma experiência em que puseram o átomo a mover através de um obstáculo com dois orifício, imprimindo o seu movimento depois numa película de uma substância qualquer. E parece que o mesmo átomo viajou pelo dois orifícios ao mesmo tempo. E foi por essa razão que disseram que não se pode precisar o movimento do átomo, pois qual seria a sua real trajectória se move por dois buracos, tendo isso alguma coisa a ver com o principio do gato de schrodinger.

mas devo estar mesmo a fazer monte de confusão misturando coisas que entendo pevas, porque foi já há muito tempo que fiz essa leitura.

Vanessa Carvalho disse...

Isso é porque, na mecânica quântica, o átomo é representado por uma onda e como não sabemos por qual dos orifícios o átomo passou, a onda que o representa é uma combinação das duas possibilidades. Do mesmo modo, no caso do gato de Schrödinger não sabemos, sem abrir a caixa, se ele está vivo ou morto, por isso a função que descreve o seu estado naquele momento é um combinação de ambos os estados.