06 dezembro 2010

Curiosidade n.º 6: a velocidade de escape

Costumamos dizer que tudo o que sobe tem que descer, mas a verdade é que se lançarmos um objecto com suficiente velocidade, ele pode libertar-se da atracção da Terra e não cair. Esta velocidade é a chamada velocidade de escape. Esta velocidade só depende da massa do corpo que exerce a atracção e da distância ao mesmo, não depende da massa do objecto que "tenta escapar", por isso uma bola de ténis e uma bola de bowling teriam a mesma velocidade de escape. No entanto, uma precisa de mais energia que a outra para conseguir atingir essa velocidade.
A velocidade de escape dum corpo lançado da superfície da Terra é de 11,2 km/s (40320 km/h), bem maior que a velocidade de escape na Lua: 2,4 km/s (8640 km/h) ou em Mercúrio: 4,4 km/s (15840 km/h), mas não tão impressionante como a velocidade de escape de Júpiter: 59,5 km/s (185400 km/h) ou a velocidade de escape no Sol: 6175 km/s (22,23 milhões de km/h).

05 dezembro 2010

Curiosidade n.º 5: a grande mancha vermelha de Júpiter

A característica mais distinta do planeta Júpiter é também a maior e mais duradoura tempestade do Sistema Solar. Falo da sua grande mancha vermelha.

A mancha ocupa uma área onde caberiam três planetas Terra. Esta tempestade já é observada há pelo menos 400 anos e não se sabe quando chegará ao fim. A temperatura nesta região é inferior ao restante planeta, com excepção da zona central da tempestade, que é três ou quatro vezes mais quente que o meio circundante. Os ventos no seu interior podem atingir os 600 km/h. Não se sabe ao certo que elementos ou reacções químicas são responsáveis pela sua cor vermelha, mas sabe-se que a cor desta mancha está intimamente ligada às condições climáticas do olho da tempestade.

Este não é caso único no Sistema Solar. Outras manchas similares, mas menores, podem ser encontradas em Júpiter, assim como em Saturno e Neptuno. No entanto, a grande mancha vermelha de Júpiter é a recordista, no Sistema Solar, em longevidade e dimensão.

04 dezembro 2010

Curiosidade n.º 4: a velocidade do som

Usualmente, ouvimos falar que este ou aquele veículo ultrapassou a velocidade do som ou até algum seu múltiplo. Nestas situações estão a referir-se à velocidade do som no ar, mas a verdade é que a velocidade do som pode tomar diferentes valores.

A velocidade do som varia conforme as condições do meio onde se propaga. Meios mais densos favorecem a propagação do som, por isso a velocidade do som é maior em sólidos do que em líquidos e maior ainda do que em gases. A temperatura e a elasticidade do meio também influenciam a velocidade do som: o som propaga-se mais rápido a maior temperatura e em meios mais elásticos.

A 20ºC, o som propaga-se através do ar a 340 metros por segundo (1224 km/h). Este valor não é tão impressionante quando comparado com a velocidade a que o som se propaga na água: 1480 m/s (5328 km/h) e menos ainda quando a propagação se faz no cobre: 3750 m/s (13500 km/h).

03 dezembro 2010

Curiosidade n.º 3: o calendário

Um ano comum tem a duração de 365 dias, mas de 4 em 4 anos temos um ano bissexto que tem 366 dias. Talvez já se tenham perguntado qual a razão para incluir um dia extra nesses anos.

A definição de ano está associada à translação da Terra em torno do Sol. Esta demora, em média, 365,2425 dias para completar uma volta, ou seja, cerca de 365 dias e 6h. Para que o ano tenha um número inteiro de dias, define-se o ano comum como um período de 365 dias, por aproximação. No entanto, as 6h adicionais que a Terra demora a rodar em torno do Sol e que foram negligenciadas, ao fim de 4 anos perfazem uma discrepância de 24h entre a realidade e aquilo que o calendário nos indica. Para compensar essa diferença, a cada 4 anos temos um ano bissexto, ao qual se acrescenta um dia, o 29 de Fevereiro.

No entanto, esta compensação a cada 4 anos não é suficiente. As 6h adicionais que mencionei antes na verdade não são 6h, mas um pouco menos. Por esta razão, quando acrescentamos um dia ao calendário nos anos bissextos estamos a errar por excesso em cerca de 11 minutos. Mais uma vez, para compensar esta discrepância, os anos múltiplos de 100 (por exemplo, 1800 e 1900) não são bissextos, excepto se forem também múltiplos de 400 (por exemplo, 1600 e 2000).

Os calendários não são perfeitos e nem com tantas correcções se descreve exactamente o movimento da Terra em torno do Sol. Mesmo com esta compensação a cada 400 anos, ainda existem discrepâncias que se tornam cada vez mais significativas com o passar dos séculos e há quem defenda que se deve criar uma regra que corrija o calendário a cada 4000 anos.

02 dezembro 2010

Curiosidade n.º 2: a primeira supernova

A primeira supernova que fomos capazes de observar e estudar foi a SN 1987, assim designada por ter ocorrido no ano de 1987. Esta ocorreu na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha da nossa. Esta supernova era de tal forma brilhante e próxima da Terra que pôde ser observada a olho nu por observadores no hemisfério Sul. Foi detectada em Fevereiro de 1987 e permaneceu no céu durante meses, tendo atingido o pico do seu brilho em Maio desse ano, decrescendo gradualmente a partir daí.
Outras supernovas haviam sido observadas anteriormente, inclusivamente uma ocorrida na Via Láctea em 1604, mas nessa época não havia meios de a estudar convenientemente, daí que a SN 1987 represente um marco histórico no conhecimento destes fenómenos astronómicos.

01 dezembro 2010

Curiosidade n.º 1: rotação do planeta Vénus

O planeta Vénus é o planeta do nosso Sistema Solar que roda sobre si próprio de forma mais lenta, de tal forma que o seu dia (o tempo que demora a efectuar essa rotação) é maior que o seu ano (o tempo que demora a completar uma órbita em torno do Sol). Este planeta demora cerca de 225 dias terrestres a completar uma volta em torno do Sol e cerca de 243 dias terrestres para completar uma volta em torno do seu próprio eixo.

30 novembro 2010

Calendário do advento

Este blogue tem estado parado há muito tempo que ninguém, nem eu, tem interesse em visitá-lo. Atribuí-me uma missão no ano passado que depois não completei, pois perdi a motivação algures ainda no início. Tentei recuperá-la sem sucesso, mas agora tenho outro desafio para propor a mim mesma e espero que, desta forma, consiga dar nova vida a este blogue.

Já devem conhecer os famosos calendários do advento muito frequentes nesta altura do ano. Para quem não sabe, são calendários que parecem um conjunto de janelas correspondentes a cada dia entre 1 e 24 de Dezembro e cada uma dessas janelas é aberta no respectivo dia. Atrás da janela encontra uma surpresa que normalmente é um chocolate, mas suponho que possam existir outras variantes.

A proposta que fiz a mim mesma é a de fazer uma espécie de calendário do advento no blogue, mas em vez de vos premiar com um chocolate, o que encontrarão diariamente será uma pequena curiosidade. Tentarei que essa curiosidade seja sobre astronomia, para manter coerência com os assuntos anteriormente apresentados, mas o desespero para ter algo novo todos os dias poderá levar-me a desviar desse caminho. Provavelmente não vos surpreenderei todos os dias, mas espero fazê-lo algumas vezes. Divirtam-se e comentem!

05 maio 2010

Desânimo

"(...) não há maior dor do que se encontrar com poucas forças no momento em que se tem necessidade delas."

Schopenhauer, in O Mundo Como Vontade e Representação.